segunda-feira, 31 de maio de 2010

A mão escreve também sabe chorar

os meus versos que já eram calados
estão vendo o silêncio os emudecer ainda mais

nada para contar do tanto que tenho para dizer
que está perdido em meio a tamanho silencio agara.

Algo ficou perdido lá atras...

A mão que escreve
só escreve porque também saber chorar.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Só no largo Mundo

O telefone que não tenho não quer toca ;e mesmo se o tivesse
seria provável que também nem tocaria. Nenhuma menagem, do que quer seja, no e-mail – imagine cartas –, mas também elas, essas
não chegaram e tão pouco chegarão . Na rua onde moro, nenhum ascenso de mão(cabeça ou até de desprezo) novo, ate mesmo o ultimo já nem me lembro mais quando foi. Apesar disso tudo, todos os dia carregaria meu telefone e colocaria créditos; acesso diariamente o correio virtual e a caixa de correios real e fico alguns instantes enfrente a porta de casa – Em vão tudo isso!
Embora já esperava isso, ate mesmo de ente mão;era só a certeza duvidando da duvida – eu duvidava que teria algo lá...
Luz no meu quarto apagada, cabeça no travesseiro duro: ''estou só no largo mundo.'' Essa frase não é minha, não obstante,quisera eu ter a ''inventado'' hoje pela premeria vez.
A rua onde moro é larga e muito clara e passam muitas pessoas e passam muitos carros também. Ainda que ( misteriosamente) a luz e as muitas pessoas quem passam e também os muitos carros que nela passam, não passem de fronte a minha casa; e o asfalto acabou a alguns metros antes dela. alem disso, minha casa fica na entrada de uma viela e o fundo do meu quintal dá em um beco sem saída.
Mas há vida na minha vida , e ela não está aprisionada e tenho boa saúde e acredito no amor. Não sou dinâmico e nem digital, mas sou analógico e também carinhoso. Não frequento o extremo de certas coisas ou atitudes , embora não seja conta a elas, mas penso que é melhor ser neutro do que ter pavio curto, além do que acredito que o meio terno leve sempre ao melhor caminho. Não sou vulgar,
porém sou fácil, por outro lado, nunca 'catei papel na ventania', mas também espero sempre por alguém. Tenho pena do mundo, das pessoas e também de mim e tenho medo do escuro. Ainda mais a noite e quando sempre estou só – alias, nunca deixo a luz do meu quarto apagada. A luz que nele se apaga , sobre tudo, é a de gente: brilho nos olhos, abraço apertado, toalhas molhas pelo o chão, pergunta e resposta, um ser frente ao outro.
Estou só no largo mundo e ao mesmo tempo acompanhado – a solidão é culpa minha … Estou lúcido e alheio a isso tudo: - a mim, do que quis e fiz, do quis, mas não fiz e do que poderia ter sido no conjunto da obra. Sou triste porque ainda não me liberei por completo e também porque o chão aqui é muito duro e nem mesmo o sol aquece aquele certo frio; e feliz porque estou vivo; e sobrevivo, a cada dia, a própria tragédia que sou

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Medo Contemporâneo


É tempo de dormir, sem dormi, com um olho aberto e o outro fingindo fechado, de vida na cadeia e de sonho encurralado... Tempo de telefones grampeados, de antecipação da tragédia e tristeza e de o simples comentaria depois. É tempo de jornais manchados de vermelho e de preto e não de literatura colorida.
...
''olha. O palhaço.'' ''Fica quieto. O jornal. Morreu três. vai passar'' È tempo de mar vermelho nas famílias e o luto e ausência nos retratos.
...
Nos hospitais faltam sangue. Por outro lado sobra-se sangue nas praças, porém coagulado.

Onde é o esconderijo mais fundo e secreto, será possível que
todos se esconderam lá; então não há mais gente boa na humanidade?

Além do mais, é tempo de prisão domiciliar, mas só para os inocentes; e apesar das grades, Lajes, cerca eléctrica, segurança particular: nem debaixo da cama estar-se mais seguro! . É tempo de lágrimas nos olhos e pedra no coração e metal nas almas e de curtos ''relacionamentos'' e nem um perdão – É tempo de dor e da lei de Talião
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O silêncio ao redor antecipa a noticia e também tragédia: morte ou morreu. E os gritos anunciam, de longe, que o ''feito'' deu certo: Pode tomar posse do cargo, pode liderar a ''boca'', ''estar salva a propriedade'', ''quem com ferro fere,com ferro será ferido”
...

Crianças nascem chorando e também morrem chorando, antes mesmo de tempo de recém-nascidas.
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Facas de cozinha já não corta mais o pão; e as famílias não estão mais completas á mesa
. A morte agora é lei e fatalidade e solução para a humanidade; e cada qual a carrega consigo não como, ou por, uma fatalidade e lei, mas como um modo de sobrevivência – È o novo ''hobby'' mundial também.
De onde vem tanta dor?

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Se a morte for do Brasil – imagine o que ele fará quando for do premeio mundo? – E se é do mundo ela é humanidade.
Mas a morte também é ciência; sendo assim precisa de um '' cientista'' para descobri-la. É quem É Humanidade O Cientista!? Também a morte sempre quando vem trás a desculpa – Então ela inventou o ser humano; e o ser humano por sua vez(quem sabe até para se vingar dela – do jeito que ele é!) inventou a violência e por fim a criatura se voltou contra o seu criador.
...
''Morte?'' – noticia apenas.
Quem morreu não se sabe; ''foi apenas mais um''; “Ah, morreu? 'Antes ele do que eu'!” Mas agora e hora do futebol :“vamos mudar de assunto. Troca logo de canal ai e 'trás' as 'brejas'.

...
Chegou (desde muitos antes) “ um tempo e que não se diz mais: meu Deus”, agora “ a vida é uma ordem. A vida penas, sem mistificação”.

Tudo até aqui escrito, é de quem e para quem, o escreve – 'pleonasticamente' falando. Apesar disso, espero que alguém o leia – e até ,fatalmente, pode acontecer um dia... Assim sendo, quero dizer algo mais: É coisa bem simples – como tudo que vier de mim, mas que me ache a esperança d'água, como a boca de quem viu um delicioso doce! Na verdade, porém só a alma, que literalmente, se enche de água e é por chorar muito e por não preencher e por não ser o que o pensamento tateou:
– Eu queria ser um esconderijo secreto e escondido, mas que pensasse e amasse. Além do mais, que é que iria me achar lá? Estaria finalmente em paz;
– Eu queria ser o céu.: – É que eu fosse acompanhado pelo o sol durante o dia, a noite pela lua e estreles e que nos amassemos e vivêssemos em comunhão, assim como o tempo e a eternidade; e que lá... abaixo,na humanidade, quando a ' coisa' estivesse feia as nuvens cobrissem meus olhos e que por esse feito eu, em agradecimento, as banhassem com as minhas lagrimas, mas que não houvesse dor por isso e nem humanidade. Assim eu não choraria nunca; viveria sempre amando as estrelas e a lua e em comunhão com a eternidade;
– Eu queria ser o sol: – Muito quente e fatal a quem se aproxima muito, suspenso no universo e longe do homem e da coisas do homem e da maldade do homem.
– Eu queria ser o futuro: – e sendo o futuro eu pularia o que de mal me fosse acontecer principalmente quando eu plantasse flores e quando fosse hora de colher colhesse pedras.
– Eu queria ser o escritor da vida. ( não Deus, porque só o senhor é Deus) porém, e sendo eu o escritor da vida, não criaria milhões e milhões de historia para as vidas todas do mundo, nem um grande livro de modelo para essas ( não blasfemo contra a Bíblia, não!)... escreveria só a minha e ao meu modo. feito isso deitaria na minha cama com minha amada esposa, e estaria certo que nada de mal me aconteceria e que o mundo estava em paz;
– Eu queria ser um grão de areia ou um grão de pólen e de que tão pequeno bala pedida não me encontrasse; fora isso teria,respectivamente, ainda o mar aos meus pés e todos os dias pássaros me transportaria em seus meigos bicos e me depositaria numa flor e assim eu floresceria eternamente no campo da paz e em paz;
– Eu queria ser uma flor blindada e invisível a todo mal feitor; e
que estivesse numa espécie de vaso blindado; porém, mesmo assim no meu estado de flor: com perfume e forma e cor.
-
Eu queria ser um fotografia, mas boa, de um momento bom; e assim eternizado como fotografia eu, primeiro, me guardaria lá... no meu secreto esconderijo secreto, depois amava e movimentava e criava minha família, mas em silêncio porque seria um fotografia, com disse Drummond
– Eu queria ser um declaração de amor: – feita de coração e que coubesse, sem restrição e de todo o meu tamanho, dentro de um outro coração.
– Eu queria que não houvesse o mundo ou pelo menos os derivados do homem e houvesse só a vácuo e escuridão e silencio – seria sem graça, o mundo assim – entretanto, não teríamos que perder a graça da vida( ainda mais se brutalmente) quando ela tivesse ficando boa.
– Eu queria que o que escrevesse não fosse só literatura!
– Eu queria ser o perdão para me perdoar por ter que pensar assim! E sendo o perdão eu já me perdoei, mas não esqueci que tive que pensar assim. Mas, afinal, o perdão é um alivio e não uma plástica, pois não apaga cicatrizes – pelo menos as minha, não!

Seja

Se o que escrevo não for poesia,também pouco me importa. Além do mais não posso ser nem um Drummond. Mas realmente me tenho algo coçando o celebro e angustiando o coração – antes de tudo medo e angustia do mundo e do homem no coração, que angustia meu celebro e aperta minha alma. E se estou sem fazer nada e com uma folha de papel em mãos, porque não escrever? Se não for poesia o que escrevo – não importa. E mesmo que fosse, essa angustia e essa medo que tenho não passaria.

Ave Carniceira

Sou Ave carniceira espreitando,sempre, a carcaça de mim mesmo – sempre!
Se esperava algo melhor de mim, por mais longe que fosse,sempre iria buscar, mas fiquei só no esperar mesmo. A única coisa que (fiz) faço de útil e de certo e bom, é ser sempre aquela ave carniceira espreitando a carcaça de mim mesmo.

Sonhos?! – Tive. Se os realizei e se os vou realizar – não sei; e custa acreditar que sim: Sei que sou Ave carniceira. Pois bem.

- sim, pois bem ,mas por que ave carniceira? - Mas afinal o que pode um vivo morto colher da vida senão nada ou talvez seus próprios ossos? Pois bem.
Mas ainda assim por que Ave carniceira? Se há beija-flores e borboletas, Galos da Serras e Sabias e todos os demais pássaros que vivem ao redor das flores e frutos, quem bebem água na fonte e que andam na imensa estrada azul sem nada pegar?

Quem pode o um movimento fingindo senão não acontecer e de que vale a beleza do mundo para os cegos de alma e de que vale a leveza das coisas para os que ainda assim a percebem?

Já não sei o que sei e nem o que supus que sabia. Tenho só algumas vísceras na boca, conto algumas ossos ,mais quebrados que inteiros, pelo o chão; os olhos agora já não vêem quase nada e nem a boca sente quase nada também e o coração já se recusa a bater. Ainda assim, levanto voo com um pequeno pedaço de vida na boca,mas caio e morro; na carcaça de mim mesmo.

"Só no largo Mundo"

O telefone que não tenho não quer toca ;e mesmo se o tivesse
seria provável que também nem tocaria. Nenhuma menagem, do que quer seja, no e-mail – imagine cartas –, mas também elas, essas
não chegaram. Na rua onde moro, nenhum ascenso de mão(cabeça ou até de desprezo) novo, ate mesmo o ultimo já nem me lembro mais quando foi. Apesar disso tudo, todos os dia carregaria meu telefone e colocaria créditos; acesso diariamente o correio virtual e a caixa de correios real e fico alguns instantes enfrente a porta de casa – Em vão tudo isso!
Embora já esperava isso, ate mesmo de ente mão;era só a certeza duvidando da duvida – eu duvidava que teria algo lá...
Luz no meu quarto apagada, cabeça no travesseiro duro: ''estou só no largo mundo.'' Essa frase não é minha, não obstante,quisera eu ter a ''inventado'' hoje pela premeria vez.
A rua onde moro é larga e muito clara e passam muitas pessoas e passam muitos carros também. Ainda que ( misteriosamente) a luz e as muitas pessoas quem passam e também os muitos carros que nela passam, não passem de fronte a minha casa; e o asfalto acabou a alguns metros antes dela. alem disso, minha casa fica na entrada de uma viela e o fundo do meu quintal dá em um beco sem saída.
Mas há vida na minha vida , e ela não está aprisionada e tenho boa saúde e acredito no amor. Não sou dinâmico e nem digital, mas sou analógico e também carinhoso. Não frequento o extremo de certas coisas ou atitudes , embora não seja conta a elas, mas penso que é melhor ser neutro do que ter pavio curto, além do que acredito que o meio terno leve sempre ao melhor caminho. Não sou vulgar,
porém sou fácil, por outro lado, nunca 'catei papel na ventania', mas também espero sempre por alguém. Tenho pena do mundo, das pessoas e também de mim e tenho medo do escuro. Ainda mais a noite e quando sempre estou só – nunca deixo a luz do meu quarto apagada. A luz que nele se apaga , sobre tudo, é a de gente: brilho nos olhos, abraço apertado, toalhas molhas pelo o chão, pergunta e resposta, um ser frente ao outro.
Estou lúcido e alheio a isso tudo: - a mim, do que quis e fiz, do quis, mas não fiz e do que poderia ter sido no conjunto da obra. Sou triste porque ainda não me liberei por completo e porque o chão aqui é muito duro e nem mesmo o sol aquece aquele certo frio; e feliz porque estou vivo; e sobrevivo a própria tragédia que sou.

Se eu fosse

Eu seria tanto se eu fosse o que poderia ter sido
porém pensar assim é como caminhar na areia e não deixar passos:
''O que não foi (nunca será nada ) não é nada'', e pensar não é ser: – É querer.